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terça-feira, 24 de dezembro de 2013

A-MORalidade

O mundo esta clamando
Seu silêncio me deixa surda
Não consigo dormir ouvindo seus berros
E vendo seus sorrisos tristes

A criança não para de chorar
E seu pai nao para de beber
O seu vazio nunca é preenchido
Nada é suficiente


Como que a gente consegue ignorar
Esses tão altos pedidos de socorro?
Como é que nos acostumamos com isso?
Quando nos tiraram o amor?

- Cade os cristãos?
Eles estão isolados em suas igrejas confortantes!
Com máscaras religiosas!
e vestidos até o pescoço de moralidade!

Estão cantando o fato de serem amados!
Mas e amar?
Mas e fazer?

Agir, Agir, Agir!

Dá para ser cristão sem ser praticante?
Não!
Ou você é quente ou você é frio!
Ou quente ou frio!!!

Que estejamos sensíveis ao mundo
Ao barraco, Ao faminto
Ao que tem demais
Ao morto que acha que está vivo.

sábado, 21 de dezembro de 2013

Eu enganei a todos
Eu me enganei

Eu só consegui enganar os outros
porque primeiro eu me enganei

Mas você coloca minha máscara no chão
me tira do fundo, me descobre

Porque só você me conhece
Só você consegue tirar as coisas de mim

Porque eu só sou eu
Quando estou você

Agora só sou metade.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Falação

Eu tenho um negócio estranho com vozes. Eu julgo muito as vozes. Não sei se sempre fui assim, mas agora que eu percebi. Eu posso não gostar de alguém se o modo como ele fala me irritar. Eu me irrito frequentemente com a maneira de falar das pessoas. Uns tem um vício com certas palavras como "né". Tive um professor que falava "shiu" entre as frases umas 20 vezes por aula! Tinha vezes que ele falava "shiu" quando ninguém estava falando na sala. Era seu vício, além do cigarro. Passava de seu controle, ele nem percebia mais quando falava. O estranho é que eu não tinha reparado que ele fazia isso até alguém, que reparou, me falar.
Eu não sei como minha voz é. Quando escuto alguma gravação da minha voz eu estranho. Acho até minha voz feia. (Será que alguém não gosta de mim pela minha voz?) O que eu reparo é que eu pego a mania e o jeito de falar das pessoas. Principalmente daquelas que eu me irrito. Esse jeito fica na minha cabeça e acaba saindo pela minha voz. Chato...
Quando falo em inglês falo como uma cantora que eu gostava muito. Porque escutava muito suas entrevistas. Sempre coloco um "really" para dar intensidade nas frases. Agora escuto muito Mallu e, sem querer, passei a falar como ela, de boca meio fechada. Até falo o "r" como carioca às vezes!
Eu odiava o sotaque carioca! Uma diretora me irritava toda vez que falava comigo. Agora amo! Acho lindo! Eu também percebi que mudo muito de opinião. Agora, mais do que nunca, devido a outros fatores, eu aceito as mudanças, os imprevisíveis. Também reparei que ando me analisando demais. Ando reparando em tudo que faço, em tudo que falo. E reparei também que, depois de uma teoria feita sobre mim, eu gosto de contar sobre os outros.
Os outros não gostam muito de ouvir minhas teorias sobre mim mesma. Os outros, na verdade, não gostam de escutar nada. Só gostam de falar. E alguns falam de uma maneira tão irritante!!!

Piauí

Paixões de trem
que só duram uma estação.

passoupassoupassoupassoupassoupassoupassou...

sábado, 14 de dezembro de 2013

Guarda-chuva

Eu esqueci meu guarda-chuva de propósito só para você oferecer um lugar debaixo do seu. Desse modo ficaríamos juntinhos, por alguns minutos, guardados da chuva.
Eu já estava, há um tempo, guardando minhas atitudes, os meus sonhos, o meu amor.
Mas a Maria Intrometida falou na hora que ela tinha um guarda-chuva a mais para mim. Eu aceitei e guardei minha cara de decepção, a minha raiva, a minha mágoa e o meu: "vai se..."
P(h)ode você então, nas próximas chuvas, guardar um lugar para mim debaixo do seu guarda-chuva? 
E nos próximos verões, primaveras, outonos, invernos guardar um lugar para mim debaixo da sua casa, dos seus braços, dos seus lençóis, de você?