Páginas

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Novas árvores

Cortaram a árvore da minha rua.
Quando abro a minha janela agora, não mais consigo ver o céu atrás das folhas.
Mesmo que as outras ainda estejam lá – por enquanto – o conjunto não é mais o mesmo.
Quando saio de casa, sinto como se morasse em uma rua da capital.
Sem a árvore, tenho a sensação de não respirar ar puro.
Minha visão agora é um cenário urbano escondido até então pela árvore.  
Tudo ficou tão superficial.
Adeus pássaros, olá cidade.
Fiquei com raiva do meu vizinho e até pensei em denunciar por não saber se ele tinha autorização para ato tão cruel.
Porém descobri hoje que ele a cortou porque ela poderia cair a qualquer momento, já que estava torta, e fazer um estrago maior.
Uma nova árvore será plantada no lugar da falecida.
Mesmo sabendo que demorará anos para a mudinha – que nem foi plantada ainda – chegar ao tamanho da que se foi, entendo que sacrifícios tem que ser feitos.
Antigas coisas têm que ir, mesmo que dolorosamente, para que novas e melhores apareçam e você entenda, futuramente, o porquê da partida da outra.

2 comentários:

  1. poucos, poucas, são as coisas tão bonitas quanto uma árvore. acho que nunca verei nada que me emocione mais. quando eu era pequeno disseram " tá viva!" e eu disse " a árvore tá viva?!", árvore é... vida é... viver é isso mesmo. largar as coisas. trepar nas árvores.


    Trees

    I Tthink that I shall never see
    A poem lovely as a tree.

    Joyce Kilmer.

    ResponderExcluir