Sempre que passo no lugar onde nos encontramos pela
primeira vez, eu tento me lembrar de como me senti naquela tarde. Aquela tarde
de início de férias e início de um amor.
Eu não te conhecia por inteiro, não sabia como era
conversar com você sobre assuntos íntimos cara a cara, não conhecia exatamente
o tom da cor dos seus olhos, a temperatura da sua pele e o gosto do seu beijo. Mas
já amava a metade que conhecia.
Éramos confidentes, éramos o segredo. Estávamos juntos e queríamos
que o mundo soubesse disso ao mesmo tempo em que estávamos bem em só saber que
você me amava e vice-versa.
E é incrível saber que por mais que eu me esforce não
consigo lembrar claramente como aquela situação era para mim, porque, por nos
conhecermos tão bem hoje, é difícil se lembrar da época em que não nos conhecíamos
direito. Como pude um dia hesitar em te dar um beijo de cumprimento? Ou em não
te apertar a todo o instante? Ou não conhecer o meu lugar em seu carro?
Imagino eu daqui uns anos fazendo um texto de quando não
sabia como era te esperar para jantar, de ser acordada por você, de não ter que
sair de casa para te ver, de preparar pipoca para assistirmos um filme juntos
em nosso sofá, e tantas outras situações que eu nem faço ideia que existirão...