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segunda-feira, 9 de julho de 2012

Poema ao namorado

As luzes do Sol
Ou o verde do farol
A lua grande e linda
Ou a formação de outra vida

Simples ou grandiosa
Cada situação com você é preciosa
Curto ou longo
Todo tempo é muito pouco

Nossas bocas falando
Ou elas se beijando
Tempo para artigos
Ou para os nossos filhos

Você faz tudo ser especial
Espiritual, temporal ou espacial
Com você tudo vale à pena
Cada dia uma nova cena

É impossível de se enjoar
Só consigo mais amar
Sempre anseio por mais
Nada mais me satisfaz

Sem você por um segundo
Já fico carente
Com você, contudo,
Nem a eternidade seria suficiente

domingo, 8 de julho de 2012

Delírio

Sabe daquelas paixões bem pueris? Me sinto tão convencional, mas isso também que me absolve.E quem não teve um dia uma queda( do tipo 8.000 pés) por um professor que atire a primeira pedra.
Mas não guarde sua pedra tão cedo.
Eu não sabia se essa queda por meu professor de literatura era mero platonismo, mas também se algum dia foi, foi manuelismo, foi machadismo, foi claricianismo, foi barretismo essas coisas todas reunidas.Meros conceitos, que me faziam e ainda me fazem calar enquanto ouço-o, ouço,ouço... E nem percebo, e nem me movo.
Ele entra e eu não consigo olhá-lo, ela senta e meus olhos não conseguem se desviar dele, ele fala; eu: só ouço música. Música que poderia ouvir para sempre.
Algumas sutilezas foram só pra me impressionar , mas fez naturalmente muitos movimentos que pareceram ensaiados ,pareceram programados pra me impressionar ?E como impressionaram , eu delirava. Se delirava!
E continuo delirando com esses movimentos e com seu jeito de falar, com seu jeito de pensar. Mas agora é diferente: deliro com seu jeito de falar comigo por horas no telefone, de pensar em nosso futuro e com os movimentos que naturalmente fazemos com nossos lábios e línguas que parecem ensaiados, ensaiados por anos, por vidas, mas que sempre nos surpreendem. Nós deliramos. Se deliramos.
Uma coisa há de ser dita, e digo: amamos- nos como nenhum casal se amou antes, e se parecer egocentrismo, estão certos, porque não é possível acreditar que exista química como a nossa. Mas é parece redundante dizer.E se é , eu digo.
Não era platonismo e a paixão desenvolveu no amor mais maduro e incomum de todos. Não nos absolve, porém nos traz a culpa mais satisfatória e deliciosa do mundo. 

terça-feira, 3 de julho de 2012

Meu amor,

          Ela sempre procurou pelo amor. Não queria sentar e o esperar como a aconselhavam, queria se levantar a cada livro lido e a cada filme assistido. “Se elas o acharam, por que não eu?” pensava.
          Então se apaixonava por um olhar ou por um toque ou por uma palavra. E quando se magoava o suficiente, partia para outra paixão, uma nova tentativa, e quando não aparecia voltava a antigas paixões.
          Ela realmente tentava esquecer, escrever sobre outros assuntos, mas não conseguia, queria escrever sobre sentimentos. Agora ela vê que amava mais escrever sobre sentimentos, que ela aumentava para ficarem mais poéticos, do que os sentir; mas antes pensava que deveria amar platonicamente alguém para produzir textos bons. Então escrevia e escrevia.
          Qualquer um que lesse acreditaria que ela tinha achado o amor da vida dela, era tão convincente! Também, a única coisa que havia era uma mente romântica, um papel e um lápis. Mas ela sempre sabia qual era a real história.
          Com um tempo, começaram a perceber que eram muitos “amores da minha vida” para uma única vida. Então ela respondeu que desistiria de ir atrás dele e resolveu dar uma chance a quem vinha atrás dela. Dessa vez não só enganou aos outros, mas abriu seus olhos a tempo e deixou a carência de lado. Resolveu dar tempo ao tempo.
          Quando desistiu de se levantar e esperar sentada, sem planejar, encontrou-se sentada de frente a um moço também sentado. Ambos não pretendiam se levantar, mas como uma dança coreografada levantaram-se juntos, passaram a andar juntos e com as mãos juntas.
          Ela se apaixonou por um olhar e um toque e uma palavra e amou por tudo o que ele era.
          Seus corações admitiram derrota e eles tiveram certeza de que o amor é real  e que ele nasce de onde menos se espera. Ela, especificamente, nunca se sentiu daquela maneira. Encontrou o equilíbrio que tanto procurava e percebeu que escreveu muito mais sobre esse amor correspondido do que sobre os platônicos. Ela nunca se sentiu tão feliz e completa em sua vida, finalmente tinha achado a sua nova árvore e não se importou nem um pouco com as que tinham sido cortadas, ao contrário: agradeceu por elas terem partido.
          Porém, um dia, ele resolveu parar de olhar para o caminho adiante e virou-se para o caminho já percorrido. Percebeu que talvez tivessem corrido ao invés de andado, e assim como os outros, não acreditou ser verdadeiramente o único amor da única vida dela. Ela, com este passado vivido e documentado, não sabia o que fazer para ele acreditar nela, a não ser escrevendo outro texto que trás a seguinte mensagem resumidamente: Não posso falar que meus antigos textos eram sobre você, mesmo querendo muito que todos eles fossem. Queria ter realmente te conhecido há todo esse tempo que sentimos que nos conhecemos. Mas, o que eu posso te afirmar com tudo o que sei é que todos os próximos serão sobre você porque eu te amo, e nunca amei ninguém assim, você é o único com quem eu imagino e quero estar.”

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Mundo Capitalista

Tudo começou quando a máquina nova da minha vizinha quebrou mais rápido do que a minha que eu herdara da minha mãe: velha que só. A partir daí abri meus olhos para esse mundo selvagem. Essa lógica é obvia: os produtos estão mais frágeis para não ficarmos muito tempo com eles, e assim comprarmos novos quando esses quebrarem.
Mas não parei por aí, logo ao amanhecer quando fui pegar meu creme para prevenir rugas, vi que não há sentido para uma empresa de cosméticos querer minha pele bonita! Parei de usar na hora... Bem que eu tinha reparado em umas ruguinhas precoces. Bandidos!
Fui mais a fundo e comecei a reparar em tudo! Como por exemplo, as indústrias farmacêuticas: para que elas iriam querem minha saúde? Com certeza o efeito dos remédios é temporário, ficamos sãos só por uns anos para acobertar a tramóia desses subumanos, para depois a doença se manifestar novamente ainda mais forte ou desenvolver outras. Aposto que ninguém está curado de nenhuma doença por remédios.
Começo a pensar que talvez estivesse mais segura em um safári longe desse enorme centro capitalista, já que aqui não é só o meu dinheiro que está correndo perigo, mas a minha vida também!
E os métodos anticonceptivos, então? Balela. Menos consumidores? Há! Como fui ingênua esse tempo inteiro! Tenho certeza que as indústrias, empresas, instituições, etc. têm uma aliança entre elas.  Podem ver? Estamos presos em um novo ciclo de vida: nascer, comprar, reproduzir - para criar novos consumidores - e morrer.
Pior então é quando eles mechem com a cabeça das pessoas. As deixam loucas. Como por exemplo, noticiários e documentários. Eles colocam essas teorias da conspiração para elas enlouquecerem! Enlouquecendo, elas têm que se internar em caríssimas clínicas e pagar por remédios e profissionais! Bom, ainda bem que pelo menos disso eu estou livre...
Marta Matarazzo,
técnica em marketing e formada em publicidade e propaganda.