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quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Estou viciada.

Estou viciada em teu cheiro
Estou viciada em teu toque

No que me diz nos íntimos sussurros
No que faz nos íntimos segundos

Estou viciada nos teus beijos
na sua mordida, nas suas lambidas

No jeito que escreve e
Fala, anda, encanta, discute

Estou viciada na química que nos une
e nos seus braços que me envolve

Na nossa história que contamos
No cotidiano que estamos

Estou viciada nas tuas risadas
Nos casos que já viveu

Nas músicas que me canta
Na sua inteligência que me encanta

Estou viciada no teu amor
E meu único remédio é você

Nos passeios de mãos dadas
Nos planos, esperanças que são formadas

Estou viciada no meu e seu verso,
Que juntos formam uma única estrofe

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Only you and me

Uh, when you walk around
Uh, when you walk around
I wish (I wish)
that everyone could see (could see)
that you belong to me

Uh, when I walk around
Uh, when I walk around
I want  (I want)
that everyone knows (knows)
that I am yours

Uh, when you come around
Uh, when you come around
I wish (I wish)
that all the world would disappear
and be only you and me

Meu novo mundo

Eu sentia que deveria ir
Cabia a mim a paz
Mas o que um jovem sabe
Comparado aos pais?

Minha mãe me pediu com lágrimas
Eu não poderia negar
Fui com cabeça cabisbaixa
Acenava sem olhar o que deixava

Cheguei ao novo mundo
Perdido, humilhado
Não me sentia homem!
Me sentia um rato!

Então surgiu Euvira,
Minha romena
Fez-me sentir em guerra
Meu coração explodia por ela

Ao invés de pegar em armas,
pegava em suas mãos.
Ao invés de gritos,
havia declarações.

Ao invés de feridos,
via sorrisos.
Ao invés de terror,
havia amor.

Fez-me sentir homem!
Fez-me sentir vivo!
Fez me agradecer a Hitler!
Fez-me agradecer o perigo!

45 era só alegria
Menos a mim
O amor nos transforma
Em completos egoístas, imbecis!

Chegavam cartas e cartas
minha mãe não aguentava
tive que dizer adeus
a mulher que mais amava!

Voltaria para casa
Como um soldado
Sem uma parte
E louco, pirado

Despedi e lhe dei meu coração
Ela era mais forte do que eu
Porém, depois do beijo
Ela se rendeu

Euvira me pediu com lágrimas
Eu não pude negar
Mas o que os pais sabem
Comparado a um apaixonado?

Thomás.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Maria Luiza

Moreno do cabelo enroladinho,
Eu sei que é complicado amar tão devagarinho
Mas se a gente vai juntinho, vai bem.
Além do mais, a gente tem o eterno amor de além.

Você sabe que sou Highly Sensitive
Então, Vê se olha com carinho pro nosso amor
Não aceito a opção “não dá”
só deixo ao nosso amor o eterno

Eu quis convencer 
Continuo insistindo
Talvez quanto mais velha
Mais louca fique

Perdoa o drama,
fico à flor da pele Sem querer,
Eu tenho um coração vulcânico
mas não desiste de mim.

Deixe Todos os nossos sonhos cultivados,
Sou pequena com o coração aflito e manso
mas não deixe que seja um problema
já que não lhe cabe me cuidar

Os medos que a gente tem em cada noite
A gente pode deixar lá
Não vê qu'eu preciso descansar?
só quero ser amada.

já virou um outro dia,
E a gente pode fazer tudo hoje,
Não me deixe pra depois,
Porque eu não gosto de ficar sozinha.

Você me cura sem sequer notar.
meu choro, ver, sonhar, quiser é teu
Agora sou nós
E Eu... te acho tão bonito
Venha em meus sonhos
Acaricie-me

Venha em minha rotina
Ame-me

Venha em meu colo
Beije-me

Venha em minha solidão
Alegre-me

Venha dar sentido
Venha dar títulos aos meus poemas

(1:30)

1:20

"Não fomos feitos um para o outro", realmente, assim como quem fez o violão não pensou: "irei fazê-lo para a bateria", como quem cultiva o arroz não necessariamente cultiva o feijão, como as abelhas não fazem o mel porque têm dó da aveia solitária. Mas alguém resolveu misturá-los e que combinações são! Inseparáveis. Diferente da caneta que só foi feita para o papel e do abridor de latas que foi feito só para as latas. Fomos feitos para diversas coisas e entre elas para ficarmos juntos. Não duvide, não pense, não desconsidere nosso amor. Por favor. Amo você tanto.

0:15

Preciso escrever com a alma, escrever sem pensar, escrever como falar. Preciso dizer das flores que vejo quando passo e dos altos barulhos ignorados. Preciso dizer que o amor é tudo, O AMOR É TUDO, tudo, tudo. É por isso que tenho que esperar e que preciso que espere. Eu tenho amor por Quem mais tem amor.

Tenho amor a ti e por isso que não ignoro quando não consigo entender teus textos ou teus pensamentos e quando não sei onde estás. Quando você diz o quanto ama seus amigos, seus familiares, o quanto sente falta, o quanto quer fazer e não ouço meu nome entre. Não preciso ser a única, preciso ser incluída.

Preciso que entenda que não quero nenhuma compra, apenas o sentimento, apenas a lembrança, apenas a intenção. Posso superar se você partir mas todos os dias me ligar e dizer que gostaria de estar ao meu lado. Posso superar se você tiver quatro empregos e estudar em quatro universidades se você disser que precisa fazer, que é importante mas que eu sou tão importante quanto e por isso precisa que eu aguente.

Preciso que entenda que para mim não há diferença, se algo desse gênero me incomodar vai passar! O que não posso ignorar são os polens, são as letras. Se você estiver comigo me abraçando pode passar o circo mais insano que continuarei onde estava.

Preciso que você me perdoe, preciso que seja paciente. Não quero ser grudenta, não quero ser chata, não quero lhe incomodar. Eu juro que tentei segurar na língua, mas arranjaram meu rosto inteiro para se mostrar. [Mas já que serei mais sincera do que tentei ser falarei tudo que acho que me cabe de dizer, nada passará deste texto, nada que quisesse e não falei, ou que pensei em tirar dos meus textos por quebrar o sistema como acaba de acontecer (nem pensarei na pontuação): sempre tive medo de como meu tão grande amor que ainda estava por vir lidaria com minha essência romântica, porém, quando você chegou tudo fez sentido porque até nisso você me correspondia. Então, pensando melhor agora, o que senti falta no últimos dias, talvez, não tenha sido o seu amor, mas o seu mel e tudo desde aquela ocasião passada que, não que você tenha me tratado grosseiramente, mas com um ar que soou grosseiro por ter saído simplesmente de você. Fiquei, portanto, com medo nesses dias, fiquei contida com minha essência por não querer te enjoar e isso me fez falta!]

O que eu mais preciso é daquele mel, é daquele arco-íris. Eu sei que aos poucos a luz ficará mais tênue, mas nunca aceitarei que deixe de brilhar, não aceite, por favor, não pense nisso, por favor. Você deixará de me beijar tanto quanto nos beijamos, mas eu também. Você deixará de me escrever tanto, mas eu também. Você deixará de mostrar tanto ao mundo o seu amor, mas eu também. O tempo passa, o tempo passará e juntos seguiremos o ritmo, um ritmo lento, lento, lento, lento, len, [nem fizemos um ano!] um ritmo rumo à eternidade.

Preciso falar como escrevo. Preciso de tempo para pensar, preciso apagar se ficou ambíguo, preciso reforçar se for preciso.

Obs.: Te amo muito (não poderia deixar de dizer)

domingo, 16 de dezembro de 2012

Procurei por todos os lugares
E encontrei onde menos poderia imaginar
Ninguém poderia desconfiar
Tão sutilmente chegou
Misterioso, escondido
Uma fantasia interna
Que se liberou

Saiu, criou assas
E inquieta decidiu voar
Voar ao redor cada vez mais rápido
Mas há sempre árvores, galhos
Tudo tão lindo
Mesmo no caminho

E tudo agora um tanto constante
Não posso reclamar
Só aprender a navegar
Sem motor, nem direção
E deixar que ondas grandes venham
Depois das pequenas mais turbulentas

Nunca foi controlado
Sempre veio no seu ritmo
Deixe ir
Deixe vir
Deixe a fantasia eterna
[inacreditável dizer:]
Pelo menos por enquanto

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Sem porcentagem

Há tantas pessoas
Há tantos lugares
Tantos planetas
Tantos hectares

Uma lágrima
Cinco oceanos
Um grito
Mundo insano

Um sorriso
Sem presença
Um choro
Sem diferença

Inseguranças?
Crise, guerra,
Tristes crianças
Fome, miséria

Se foi bom
Não importa
O fim chega
E te derrota

Há sentimento
Não há coleira
Se ele acaba
Só sobra poeira

Não há vidas
para se importar
Se está no chão
Vão te pisar

Liberdade
Não é prisão
Uns resistem
Outros vão

Uma partícula
Uma gota
Um grão
Uma garota

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Vidamor



As pessoas ficam assustadas e eu entendo o motivo, mas não consigo senti-lo. Tudo para mim é a coisa mais normal do mundo. Vejo tudo o que está acontecendo como se não houvesse outro jeito de ser.
Elas não entendem porque não sentiram meus enjoos, minha preocupação ao entrar no hospital e minha alegria ao sair dele. Não viram o rosto dele quando coloquei o exame entre suas provas. Não viram nossas lágrimas escorrendo e nem sentiram o calor do nosso abraço.
Não me perguntem como os outros reagiram, minha felicidade era grande demais para me preocupar em analisar suas reações.
O modo como ele me olha agora, mais do que nunca comprova nosso amor, amor que será dobrado e descarregado nele. Nele. Nele. No nosso. No Nosso pequeno que se move lentamente dentro de mim.
Nada é mais belo do que um amor que resulta em uma vida.  

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Foque o


Modere, foque!
foque, foque, foque!
por que o ar modera, foca

foque o seu tempo na sua vida
foque o seu espaço e fique nele
foque o, foque o, foque o

foque os seus pensamentos
foque o seu caráter
foque o seu mundo

o ar modera, foca
foque, foque, foque
foque o seu mundo


segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Ciclo do amor

Não sentemo-nos à beira do rio
E olhemos a vivacidade das águas
Em um triste contraste
Com nossa vida barroca

Entremo-nos nele
Sem medo da profundidade
Sejamos suas águas
Sintamos a doçura de viver

Não tenhamos medo
Pois em algum momento
As águas dos rios se entrelaçam
E juntas percorrem o trajeto até o fim

Unidas aprendem que não há fim
O calor da paixão
Evapora-as até o céu
E ficam juntas, bem juntas

Até que maduramente descem
Refrescam, hidratam, umedecem
O amor percorre caminhos
Nunca dantes imaginados e renasce

Passa pelos descrentes
Que continuam à beira
Eles temem lembranças, experiências, a vida!
Mas não sabem que sem água não há vida 

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Não é antiético nem pecaminoso
Mas se há algo de errado
Ah, o amor nos absolve

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

O tocador de gaita


Ele entra nos ônibus
somente por um ponto
Esse é o nosso personagem
que não é nada tonto

Pede pelo amor de Deus
para passar debaixo da catraca
O cobrador deixa
e ele abre a matraca:

"Eu não sou daqui
vim do interior
São Paulo parecia bom
e Bauru tão inferior

Trabalhei em um posto
lavando caminhão
mas ele fechou
para minha decepção

Agora moro debaixo de ponte
lá na Marginal
Isso não me envergonha
humildade não faz mal

Só tenho a roupa do corpo
e também esta gaita
Que como podem perceber
não sei tocar nada

Preciso de colaboração
dinheiro ou comida
todas as formas de ajuda
são muito bem-vindas"

Conseguiu alguma coisa
e não ligou para a intenção
Uns deram por bondade
e outros por incomodação

A gaita pode ter ajudado
e isso é bem possível
Já que por ser mal tocada
saía um barulho terrível

Desceu um ponto após
Sua história não foi ignorada
Quantos onibus será pega?
Deixou mais pessoas inspiradas?

Quanto ao pobre homem
não sejamos mais um a julgar
Há tantas possibilidades,
tanto a considerar

Poderia ser de sono
seu andar cambaleado
e de tanto chorar
seu olho avermelhado

Concordando ou não comigo
Ouçam o que vos digo:
toda história é possível
inclusive as de mendigo.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Poema:


Em meu caminho inteiro
Por muito tempo rascunhei
Esse amor como desenho
Esse amor que lhe entreguei

Numa palheta de cores
Tive pouca inspiração
Sempre havia muitas dores
Em meu pobre coração

Desenhei como criança
Como quem liga o pontilhado
Quando fiz uma aliança
Só assim pude ser amado

Do desenho do meu pensamento,
Saiu pouco do que previ,
Desenhei um casamento
Muito mais do que eu quis

 R. S. C. 19/08/12

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Nombres

¡Hola!, Ja
montou chá vez ou outra?
Le, tia e cia
 pensou que já tinha

Pia, an car,
ao mei da rua
achou chaves para ligar
um hamô de miguel ar

À flores,
que quer chá,
só Pia as achou
para ligar

Si vá tentar pegar
saiba:
só [há] há monte para
Mi pegar

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Poema ao namorado

As luzes do Sol
Ou o verde do farol
A lua grande e linda
Ou a formação de outra vida

Simples ou grandiosa
Cada situação com você é preciosa
Curto ou longo
Todo tempo é muito pouco

Nossas bocas falando
Ou elas se beijando
Tempo para artigos
Ou para os nossos filhos

Você faz tudo ser especial
Espiritual, temporal ou espacial
Com você tudo vale à pena
Cada dia uma nova cena

É impossível de se enjoar
Só consigo mais amar
Sempre anseio por mais
Nada mais me satisfaz

Sem você por um segundo
Já fico carente
Com você, contudo,
Nem a eternidade seria suficiente

domingo, 8 de julho de 2012

Delírio

Sabe daquelas paixões bem pueris? Me sinto tão convencional, mas isso também que me absolve.E quem não teve um dia uma queda( do tipo 8.000 pés) por um professor que atire a primeira pedra.
Mas não guarde sua pedra tão cedo.
Eu não sabia se essa queda por meu professor de literatura era mero platonismo, mas também se algum dia foi, foi manuelismo, foi machadismo, foi claricianismo, foi barretismo essas coisas todas reunidas.Meros conceitos, que me faziam e ainda me fazem calar enquanto ouço-o, ouço,ouço... E nem percebo, e nem me movo.
Ele entra e eu não consigo olhá-lo, ela senta e meus olhos não conseguem se desviar dele, ele fala; eu: só ouço música. Música que poderia ouvir para sempre.
Algumas sutilezas foram só pra me impressionar , mas fez naturalmente muitos movimentos que pareceram ensaiados ,pareceram programados pra me impressionar ?E como impressionaram , eu delirava. Se delirava!
E continuo delirando com esses movimentos e com seu jeito de falar, com seu jeito de pensar. Mas agora é diferente: deliro com seu jeito de falar comigo por horas no telefone, de pensar em nosso futuro e com os movimentos que naturalmente fazemos com nossos lábios e línguas que parecem ensaiados, ensaiados por anos, por vidas, mas que sempre nos surpreendem. Nós deliramos. Se deliramos.
Uma coisa há de ser dita, e digo: amamos- nos como nenhum casal se amou antes, e se parecer egocentrismo, estão certos, porque não é possível acreditar que exista química como a nossa. Mas é parece redundante dizer.E se é , eu digo.
Não era platonismo e a paixão desenvolveu no amor mais maduro e incomum de todos. Não nos absolve, porém nos traz a culpa mais satisfatória e deliciosa do mundo. 

terça-feira, 3 de julho de 2012

Meu amor,

          Ela sempre procurou pelo amor. Não queria sentar e o esperar como a aconselhavam, queria se levantar a cada livro lido e a cada filme assistido. “Se elas o acharam, por que não eu?” pensava.
          Então se apaixonava por um olhar ou por um toque ou por uma palavra. E quando se magoava o suficiente, partia para outra paixão, uma nova tentativa, e quando não aparecia voltava a antigas paixões.
          Ela realmente tentava esquecer, escrever sobre outros assuntos, mas não conseguia, queria escrever sobre sentimentos. Agora ela vê que amava mais escrever sobre sentimentos, que ela aumentava para ficarem mais poéticos, do que os sentir; mas antes pensava que deveria amar platonicamente alguém para produzir textos bons. Então escrevia e escrevia.
          Qualquer um que lesse acreditaria que ela tinha achado o amor da vida dela, era tão convincente! Também, a única coisa que havia era uma mente romântica, um papel e um lápis. Mas ela sempre sabia qual era a real história.
          Com um tempo, começaram a perceber que eram muitos “amores da minha vida” para uma única vida. Então ela respondeu que desistiria de ir atrás dele e resolveu dar uma chance a quem vinha atrás dela. Dessa vez não só enganou aos outros, mas abriu seus olhos a tempo e deixou a carência de lado. Resolveu dar tempo ao tempo.
          Quando desistiu de se levantar e esperar sentada, sem planejar, encontrou-se sentada de frente a um moço também sentado. Ambos não pretendiam se levantar, mas como uma dança coreografada levantaram-se juntos, passaram a andar juntos e com as mãos juntas.
          Ela se apaixonou por um olhar e um toque e uma palavra e amou por tudo o que ele era.
          Seus corações admitiram derrota e eles tiveram certeza de que o amor é real  e que ele nasce de onde menos se espera. Ela, especificamente, nunca se sentiu daquela maneira. Encontrou o equilíbrio que tanto procurava e percebeu que escreveu muito mais sobre esse amor correspondido do que sobre os platônicos. Ela nunca se sentiu tão feliz e completa em sua vida, finalmente tinha achado a sua nova árvore e não se importou nem um pouco com as que tinham sido cortadas, ao contrário: agradeceu por elas terem partido.
          Porém, um dia, ele resolveu parar de olhar para o caminho adiante e virou-se para o caminho já percorrido. Percebeu que talvez tivessem corrido ao invés de andado, e assim como os outros, não acreditou ser verdadeiramente o único amor da única vida dela. Ela, com este passado vivido e documentado, não sabia o que fazer para ele acreditar nela, a não ser escrevendo outro texto que trás a seguinte mensagem resumidamente: Não posso falar que meus antigos textos eram sobre você, mesmo querendo muito que todos eles fossem. Queria ter realmente te conhecido há todo esse tempo que sentimos que nos conhecemos. Mas, o que eu posso te afirmar com tudo o que sei é que todos os próximos serão sobre você porque eu te amo, e nunca amei ninguém assim, você é o único com quem eu imagino e quero estar.”

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Mundo Capitalista

Tudo começou quando a máquina nova da minha vizinha quebrou mais rápido do que a minha que eu herdara da minha mãe: velha que só. A partir daí abri meus olhos para esse mundo selvagem. Essa lógica é obvia: os produtos estão mais frágeis para não ficarmos muito tempo com eles, e assim comprarmos novos quando esses quebrarem.
Mas não parei por aí, logo ao amanhecer quando fui pegar meu creme para prevenir rugas, vi que não há sentido para uma empresa de cosméticos querer minha pele bonita! Parei de usar na hora... Bem que eu tinha reparado em umas ruguinhas precoces. Bandidos!
Fui mais a fundo e comecei a reparar em tudo! Como por exemplo, as indústrias farmacêuticas: para que elas iriam querem minha saúde? Com certeza o efeito dos remédios é temporário, ficamos sãos só por uns anos para acobertar a tramóia desses subumanos, para depois a doença se manifestar novamente ainda mais forte ou desenvolver outras. Aposto que ninguém está curado de nenhuma doença por remédios.
Começo a pensar que talvez estivesse mais segura em um safári longe desse enorme centro capitalista, já que aqui não é só o meu dinheiro que está correndo perigo, mas a minha vida também!
E os métodos anticonceptivos, então? Balela. Menos consumidores? Há! Como fui ingênua esse tempo inteiro! Tenho certeza que as indústrias, empresas, instituições, etc. têm uma aliança entre elas.  Podem ver? Estamos presos em um novo ciclo de vida: nascer, comprar, reproduzir - para criar novos consumidores - e morrer.
Pior então é quando eles mechem com a cabeça das pessoas. As deixam loucas. Como por exemplo, noticiários e documentários. Eles colocam essas teorias da conspiração para elas enlouquecerem! Enlouquecendo, elas têm que se internar em caríssimas clínicas e pagar por remédios e profissionais! Bom, ainda bem que pelo menos disso eu estou livre...
Marta Matarazzo,
técnica em marketing e formada em publicidade e propaganda.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Medo 2.0

      Eu deveria ter medo de tantas coisas que podem e tem uma alta possibilidade de acontecer para nós, mas me sinto tranquila e segura quando estou com você. Nunca nem pensei em desanimar porque a minha vontade de você é tão grande que não sobra espaço para isso.
      Mas não é porque eu não tenho medo do que os outros vão pensar ou encarar o que nós temos que signifique que eu não tenha medo. Sim, eu tenho medo. Tenho medo a cada mensagem recebida, a cada texto dedicado a mim, a cada abraço: e se for o último? E se, amanhã mesmo, eu acordar com os olhos inchados e pensar que as lágrimas nunca acabarão? E se eu te encontrar na rua e você estiver com outra? E se ela te chamar de meu? E se não for o último romance?
      Não quero pensar em outra pessoa me desejando e você não sentir ciúmes. Em ter uma novidade e não te contar. Em nunca sentir o seu gosto. Em não ter alguém para cuidar de mim quando adoecer. Em escolher o lugar para a lua de mel com outra pessoa. Em não ouvir Los Hermanos no seu carro, opa, peça desculpas a ele novamente. Em não pedir sua ajuda nas minhas pesquisas Em acordar na madrugada e não ter ninguém para acordar e pedir carinho porque perdi o sono. Em não ouvir você dizendo que está loucamente apaixonado e depois, nos intervalos dos beijos, os seus sussurros dizendo: meu amor, eu te amo, eu te amo, eu te amo. Mais beijos.
      Porém, quando deixo de estar sozinha, todos esses medos e aflições se vão. Quando eu ouço sua voz e leio o que você escreve, não consigo pensar em outra coisa senão: “vai dar certo”. Eu realmente acredito que tudo o que imaginamos se tornará realidade, porque acima de confiar em você, confio no nosso amor.

sábado, 23 de junho de 2012

Encontrei a paz, encontrei a segurança, encontrei a afeição. Encontrei a teimosia, encontrei a insegurança, encontrei o medo. Encontrei a força, encontrei a determinação, encontrei a coragem. Encontrei a ansiedade, encontrei a saudade, encontrei a tensão. Encontrei a música, encontrei a literatura. Encontrei a reciprocidade, encontrei o equilíbrio, encontrei a melação. Encontrei as noites sem dormir, encontrei a distração, encontrei o desligamento com o resto do mundo. Encontrei o escrever, encontrei o ler, encontrei a interpretação. Encontrei o namorar, encontrei o noivar e encontrei o casar sem nem ter encontrado o beijar. Encontrei a intensidade, encontrei a loucura, encontrei a intimidade. Encontrei a paixão, encontrei o amor: Encontrei você.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Ligação louca

E o que me consola nestas noites frias, é saber que outras virão e que o futuro nos espera. 
Mas eu não quero que isso faça com que só nos reste o amor. Não quero me livrar da paixão, quero todos os dias me apaixonar por você. Não quero que vire costume, quero sempre ser surpreendida. Não quero sempre saber de todos os seus sentimentos, para que você sempre se sinta na obrigação de me contar. Quero sempre me esconder, de pelo menos uma pessoa, para sempre podermos sentir aquele friozinho na barriga e rirmos quando estivermos a sós. Quero que você sempre seja a minha inspiração e que eu seja a sua. Quero sempre saber a sua versão do momento e ser a única a saber o que se passa na sua cabeça. Quero sempre te ler e saber que você também me lê. Quero te entregar a nossa história e não aquele textinho. E quero que sempre sejamos malucos, intensos e esquisitos... de preferência um pelo outro.

Feriado

Mesmo tendo respondido: “não sei” quando me perguntaram o que eu queria fazer no feriado, o que estava pensando foi: Quero acordar mais tarde, sem despertadores e gritos, e ficar enrolando na cama até a fome bater. Quero levantar e olhar para trás e não ver minha cachorra ainda dormindo e pensar que ela só faz isso para me provocar. Quero colocar meu óculos ao invés das lentes de contato. Quero juntar o almoço e café da manhã em uma refeição só. Não quero tirar o pijama e ficar assim até ir para a cama novamente. Quero poder ler “Dom Casmurro” sem pressa de acabar. Não quero pentear o cabelo, mesmo já fazendo isso, mas a diferença é a minha falta de vontade e não a preguiça. Quero ficar conversando com ele o dia inteiro. Quero poder editar minhas fotos que estavam esperando há um bom tempo para serem editadas. Quero perguntar para o meu pai minhas dúvidas sobre a Bíblia. Quero fazer tsurus de origami, mesmo sabendo que provavelmente não os pendurarei na minha janela como planejo desde o ano passado. Não quero ver as horas passando e me dizer que sempre estou atrasada e nem abrir a minha agenda e ver o quanto eu sempre deixo tudo para a última hora, mesmo que isso contribuirá para essa mesma frase no domingo. Quero me deitar novamente, não para dormir e sim para ficar pensando em nada e em tudo ao mesmo tempo. E quero principalmente não ver a correria das pessoas nas ruas, as buzinas dos carros e meu material escolar. Quero ficar no meu quarto o dia inteiro, só pensando em não fazer nada além de pensar, pensar nele. Quero que minha única preocupação seja não gastar muita na água no banho. E quero me sentir estranha por querer tudo isso. Quero chamar-me de anti-social e poder replicar: “é feriado!”. Quero fazer o que nunca posso fazer: nada.

terça-feira, 5 de junho de 2012

Conversamos sobre nossos textos
E escrevemos textos sobre nossas conversas:

Não queria que você fugisse,
não sem mim.
Mas fugir para onde?

Não sou tão inocente a ponto de criar essa ilusão
De criar um novo mundo
O nosso mundo
Não podemos ignorar que não vivemos a partir de nossas vontades
Estamos presos aqui,
por enquanto

Nesse mundo de humanas, os números não são barrados.
Infelizmente fazem diferença
Mas não tem, de forma alguma, mais importância do que as Letras
Do que nossa História

É como uma prisão
Onde vejo o sol quase todos os dias
Ele está comigo, mas não está comigo como eu queria
Mas um dia eu saio daqui
- o tempo poderia passar em um piscar de olhos!
E congelar
Para que construímos o nosso mundo dentro desse mundo

Mais uma carta pública para
Conversamos sobre nossos textos
E escrevemos textos sobre nossas conversas

domingo, 3 de junho de 2012

Cartas Públicas

Bem que eles poderiam sair e nos deixar a sós, ou pelo menos ficarem quietos para que eu possa te ouvir. Se pudesse, te ouviria o dia inteiro.
Sei que poderia muito bem me adequar aos seus costumes e também sei que você se adequaria aos meus. E juntos formaríamos os nossos costumes.
Mas mais do que tudo, poderíamos aproveitar as nossas semelhanças: deixar de lado os centros comerciais, ir ao teatro, visitar exposições e andar em algum parque onde possamos admirar as árvores. Se bem que, desde que eu esteja ao seu lado, qualquer lugar estaria bom. Poderíamos tanto conhecer os quatro cantos do mundo, quanto ficar planejando os quatro cantos da nossa casa.
Você poderia a encher com todas as músicas que desejar. Juntaríamos as nossas coleções de livros e criaríamos nossa própria biblioteca. E ela cresceria sempre que passássemos por um sebo.
 Concordaria em assistir qualquer filme desde que você me abraçasse enquanto ele passasse. Não só durante filmes e não só abraço.
Não tem jeito, já me apaixonei pelos personagens dessa história. História que é contada a cada texto publicado. Textos que seriam cartas se assim tivessem estrutura. Mas estrutura para que se temos conteúdo? Mesmo porque de nada seria útil identificar os destinatários se eles já sabem muito bem que são para eles. Além de que perderia a graça. A graça da ironia e do segredo.

quinta-feira, 31 de maio de 2012

E de repente tudo fica diferente. Vejo mais cores no outono. Sinto mais calor no frio. As pessoas ficam mais bonitas. Os chatos ficam menos irritantes. A impaciência fica mais tolerante. Os pássaros cantam mais. O tempo fica mais relativo. As palavras saem com facilidade. Os elogios chegam mais rápido. Meu sorriso aparece mais. Meu coração acelera e a ansiedade chega. Não encontro mais títulos para as postagens. Suas frases ficam na minha cabeça. Penso em você com mais freqüência. Irrito-me com o eu-lírico. O proibido se torna delicioso. Encontro sentidos no que você diz que ninguém mais percebe. Os olhares se encontram de verdade e os pensamentos se revelam sem uma única troca de palavras. Meus sentimos se aguçam a ponto de eu perceber cada mínimo detalhe, como esses. E de repente, descubro que você exerce uma força em mim tão grande a ponto de me fazer ver tudo diferente.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

         - Ei! Você aí! Quero muito falar com você. Não faça essa cara, faça-me o favor! Bom, faz algum tempo que quero te dizer isso, e isso tá ficando cada vez mais entalado, e eu preciso soltar. Chega! Não quero mais passar dias com isso na minha cabeça. Isso está me enlouquecendo! Você está me enlouquecendo! Todos os dias que eu te vejo, sinto aquela vontade de te dizer todas essas minhas verdades. Ei, ei, olha para mim! Me leve a sério, porque o que eu sinto é muito forte! Muito forte mesmo. E você que causa tudo isso. É você, uhum, isso mesmo! Tudo, tudinho que você faz, me faz sentir assim. Assim, dessa forma que estou tentando te dizer, e eu vou dizer! Não passa de hoje. É, eu sei, já te disse tantas outras coisas e você me respondeu, mas elas não se igualam ao que eu estou tentando te dizer. Porque com o passar do tempo, isso só aumentou. Graças a você! Toda a culpa é sua. Sim, sim. A forma como você fala, como respira, como as trata, como os trata. Aaaaah! Sim sim sim, aqueles lá mesmo, eles devem sentir o mesmo, mas não como eu. Aaah, não, não, não. Não como eu, comigo é diferente. Como não ser? Você também age diferente comigo. Ah, não? A forma como você fala, como pisca, como respira e até como está ai me olhando. Por que você tem que ser assim? Tão, tão... tão você! É, por que você tem que ser tão você? Desse jeito aí. Talvez se fosse de outro jeito seria melhor para mim, não só para mim, para a sociedade! E eu vou falar. Falar, falar, falar. Por que nunca falei nada? Mas agora acabou essa tensão. Você pode até não querer ouvir, mas eu vou dizer. O silêncio está me matando. Pera aí, mas que silêncio? Já falei até mais do que queria, do que ensaiei. Você já deve ter percebido há séculos. Também, está óbvio até para qualquer um que tenha entrado aleatoriamente em nossa conversa. Tem que ser mais do que idiota para não entender o que estou tentando te falar depois dessa explicação.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Aquele olhar

Aquele olhar me marcou
Um olhar de anseio.
O primeiro gesto público físico
Um olhar de procura.
Ambos sabiam o que um queria dizer ao outro
Um olhar emotivo.
Não foi intencional, simplesmente nos achamos
Um olhar puro.
Não conseguimos resistir
Um olhar desesperado.
Se não fossemos racionais, teríamos corrido aos braços do outro
Um olhar de impedimento.
Pensamos demais, somos responsáveis, somos racionais
Um olhar conformado.
Eu não espero nada, só quero que isto flua, que siga naturalmente. Se de repente nos esquecermos, esqueceremos. Se não, esperaremos. Irá acabar do melhor jeito, e não sabemos qual é ainda. Não adianta forçar o que se sente. Você não é só constituído de razão.
Um olhar de espera.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Ele quer ficar em pé, mas prefiro acreditar que deu a cadeira para eu sentar.
Ele quer que eu vá, mas prefiro acreditar que abriu a porta para eu passar.
Ele escreve letras de funk, mas prefiro acreditar que são poemas urbanos.
Ele odeia pegar na minha mão, mas prefiro acreditar que ele é tímido.
Ele só olha para os meus peitos, mas prefiro acreditar que sempre gosta das minhas camisetas.
Ele me traí com qualquer uma, mas prefiro acreditar que ele prova outros sabores para valorizar o meu.
Ele me chama de inocente, mas prefiro acreditar que sou sonhadora.
Ele me chama de louca iludida, mas prefiro ser feliz criando a minha realidade do que vivendo a de fora.  

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Amador que ama dor

Se me perguntar, jovem poetisa, quem sou, responderei sem pestanejar:

                - sou amador.

Amo te admirar por fazer algo em que não sou bom.

Sou uma pessoa que ama dor de ser um sonhador e que morre de vontade de sentir teu sabor.

Ah, como sou amador!

Amo a dor de amar mesmo sem poder enamorar e amo a dor de sonhar algo que não se realizará.

E se por acaso, leres este texto, imploro com calor para não se importar, pois sabes que sou, em ambos sentidos, um poeta amador

Ajude-me minha mestra! Ajude este amador!

Ah, como amo a dor de ser um amador.

sábado, 19 de maio de 2012

Medo

Tenho medo de te ter.
Agora aceito o fato de você não ser meu e escuto compreensivamente você elogiar outras mulheres, pois sei que você está livre e que naturalmente tenha que fazer isso.
Sei muito bem que não posso exigir absolutamente nada de você.
Se quiser beijar, namorar, noivar e até se casar, vá em frente! Fume, beba, use drogas! A única coisa que posso fazer é usar uma máscara para esconder a decepção.
Escreva textos sobre elas, e faça-me sentir inveja. Faça retratos de você e sua ex e coloque na parede do seu quarto. Pois eu sei que não tenho o direito de sentir ciúmes.
Vá a um bar ou balada, pegue todas e só volte para casa quando seus amigos perceberem que você não pode fazer isso sozinho mais.
Olhe e se apaixone a vontade. Sinta, escreva, desenhe, beije, abrace, fale.
Faça planos que não me inclua e entenderei que não há motivos cabíveis para ficar magoada.
Vá embora! Vá visitar a Europa, more quanto tempo quiser no México e se quiser nunca mais voltar, não volte! Case-se com uma mexicana e faça descendentes tão magníficos como você.
Não me elogie, nem fale comigo, se assim quiser. Despreza-me. Ignore-me...
Mas se algum dia for meu, não aceitarei que me abandone e viverei todos os meus dias com você pensando no possível fim, já que tudo isso seria bom demais para ser verdade ou bom demais para durar.
Enquanto nos beijarmos, me imaginarei em meu solitário quarto chorando, nem acreditando que um dia nossos lábios se tocaram, já que isso não seria mais a realidade. Enquanto andarmos de mãos dadas, imaginarei quantas outras mãos passarão pelas suas quando terminarmos. Quando você sorrir para mim, saberei que poderá sorrir do mesmo jeito para outras. Quando escrever um texto para mim, imaginarei outra musa te trazendo melhor inspiração e assim um melhor texto.
Uma vez experimentado, nunca mais quererei deixar. Uma vez sendo a única, não aceitarei não ser a última. E uma vez tendo começado uma história não aceitarei outro fim que não seja: “e viveram felizes para sempre”

terça-feira, 15 de maio de 2012

Amar

Eu não amo alguém
Ninguém me ama


Eu amo alguém
Esse alguém não me ama
Ninguém me ama
Eu não me amo

Eu não amo alguém
Alguém me ama
Eu não amo esse alguém
Eu amo ninguém

Minha amiga ama alguém
Esse alguém não a ama
Esse alguém me ama
Eu não amo esse alguém

Eu amo alguém
Que não me ama
E que ama a minha amiga
Que não o ama

Conclusão: não ame

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Só sonho

Recite-me um poema
Me impressionarei
E ficarei com ele em minha mente
Quando for me deitar
Sua voz aparecerá
Sonharei com você
(você que me impressiona)
Com você recitando
Perfeito sonho

Só sonho.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Nada sei

Há uma guerra dentro de mim,
mas não sei quem são os adversários
Quero mas falta-me vontade
Penso muito, porém em nada.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Confusão mental

Estou tendo problemas com as palavras
Sendo elas escritas ou faladas.
Meus sentimentos e minha expressão
Estão pressas, paralisadas.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Novas árvores

Cortaram a árvore da minha rua.
Quando abro a minha janela agora, não mais consigo ver o céu atrás das folhas.
Mesmo que as outras ainda estejam lá – por enquanto – o conjunto não é mais o mesmo.
Quando saio de casa, sinto como se morasse em uma rua da capital.
Sem a árvore, tenho a sensação de não respirar ar puro.
Minha visão agora é um cenário urbano escondido até então pela árvore.  
Tudo ficou tão superficial.
Adeus pássaros, olá cidade.
Fiquei com raiva do meu vizinho e até pensei em denunciar por não saber se ele tinha autorização para ato tão cruel.
Porém descobri hoje que ele a cortou porque ela poderia cair a qualquer momento, já que estava torta, e fazer um estrago maior.
Uma nova árvore será plantada no lugar da falecida.
Mesmo sabendo que demorará anos para a mudinha – que nem foi plantada ainda – chegar ao tamanho da que se foi, entendo que sacrifícios tem que ser feitos.
Antigas coisas têm que ir, mesmo que dolorosamente, para que novas e melhores apareçam e você entenda, futuramente, o porquê da partida da outra.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Desistir ou não

“ o Kramer apaixonou-se por uma corista que se chamava Olga. por algum motivo nunca conseguiam encontrar-se. ele gritava passando pela casa de Olga, manhãzinha (ela dormia): Olga, Olga, hoje estou de folga! mas nunca se viam e penso que ele sabia que se efetivamente se deitasse com ela o sonho terminaria. sábio Kramer. nunca mais o vi. há sonhos que devem permanecer nas gavetas, nos cofres, trancados até o nosso fim. e por isso passíveis de serem sonhados a vida inteira.”

- Hilda Hilst 

Porém, sonhar é mais dolorido. Às vezes é preciso acabar logo de vez, porque de nada importam os sonhos se não virarem realidade.
Desistir ou não? Posso perder mais do que ganhar, já que talvez algo realmente tenha mudado. Mas também sei que no fundo a única coisa que pode ter mudado foi a desobediência a minha própria lei de não esperar para não se frustrar.
Então, mostre-me que você não é quem eu estou pensando, que você não é tudo o que eu sempre sonhei. Mostre-me seus defeitos para que eu ignore as qualidades. Porque assim seria mais fácil para mim.
Ou melhor, diga o que eu quero ouvir: diga que me ama. Diga que quer ficar comigo. Diga que quer me encontrar agora e que se cansou de esperar.

domingo, 8 de abril de 2012

O que faz comigo

Mesmo com a incerteza
se o amor é correspondido
Você me faz sorrir
só de vir falar comigo

Imploro por tua companhia
pois tendo-te ou não
Você me traz alegria

Me faz mudar de idéia 
em apenas um segundo
Deixo tudo para trás
Quem sabe todo o mundo?

Me deixa tão inspirada 
Não me sinto frustrada
Essa paixão me traz
Sensações tão inesperadas

Meu sonho

Eu podia te olhar pessoalmente no meu sonho
Eu podia te tocar no meu sonho
Eu podia trocar sorrisos com você no meu sonho
Eu podia te beijar no meu sonho
Eu podia te amar no meu sonho
Eu podia te ter no meu sonho
O que eu esperava na realidade, você fez no sonho
E são sonhos como esses que me fazem afirmar que pesadelos são menos dolorosos.

Juntamente separados

Astro iluminado
Reflexo do sol
Pedaço da Terra

Marés. Estações
Cheia, minguante
Eclipse. Satélite
Nova, crescente.

Para mim é só a lua
Você a estuda
Eu a contemplo

Bonita. Romântica
Única coisa que podemos compartilhar
Aonde quer se estejamos
Sei que podemos,
juntamente separados,
a observar.

sábado, 24 de março de 2012

Garota ruiva

Ela tinha cabelos vermelhos e roupas pretas. Ela nunca esteve naquela casa, mas em uma noite ela se encontrava em frente a ela, do lado de fora, discutindo com alguém no celular.
Qualquer um que visse essa cena pensaria que ela simplesmente estava em frente a uma casa, mas os moradores da rua a viram entrando e estranharam. Justo aquela casa?
Quem morava lá era um doce velinha que adorava flores; e isso era nítido, já que a casa era cercada por elas. Ela recebia seus dois ou três netinhos quase todos os dias, e dava para perceber que os amava muito.
Passaram-se os dias e em quase todas as noites lá estava à ruiva, fora da casa, no celular. Era um contraste e tanto. Dava para ver nitidamente que ela não pertencia a aquele lugar.
 Alguns dos vizinhos ousaram fazer o perfil da garota, e boas coisas não vieram à tona. Mas, como não ser preconceituoso? Que raios essa garota estava fazendo naquela casa? E do nada? Poderia ela ser filha da doce velinha? Mas como se ela já mora há bastante tempo lá e essa garota só apareceu agora?
E com o tempo os comentários começaram a ficar piores. A curiosidade provocou  uma certa raiva da garota por parte dos vizinhos. Isso porque a garota começou a se mostrar cada vez mais rebelde aos olhos do vizinho: chegava de moto, ouvia rock pesado sem fone de ouvido e às vezes levava seus amigos para frente da casa onde eles fumavam: eles fumavam, ela não.
Os vizinhos com mais sede da verdade tentaram, discretamente, arrancar alguma informação da dona da casa, mas esta não disse nada que os interessassem.
E quase toda a noite, lá estava a garota, sempre fazendo algo curioso e ao mesmo estranho ao ver dos vizinhos. Até que um dia, ela se foi e eles conseguiram se concentrar em suas próprias vidas.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Derrota

Estou lhe escrevendo pois estou preocupado com umas certas mudanças que estão acontecendo por aqui.
Você deve saber do que estou falando, mas mesmo assim faço questão de apontar alguns dos exemplos: eu posso interpretar a maneira que ela está o olhando; o pulmão começou a perder o fôlego cada vez que ele está presente -como se ele é tão novo e saudável?!- e você acreditaria se eu te dissesse que apareceram borboletas no estômago? Sim, borboletas! Ah, e não podemos nos esquecer do senhor, afinal de contas você não se acelera por qualquer um, não é mesmo?
Creio que você saiba disso pois também acho que você é o responsável por todas essas mudanças. Mas logo você? Não gostaria de mexer no passado e revirar feridas, porém eu também sou constituído por memória, se lembra? Pois bem, devo confessar que fiquei surpreso pois o senhor é o que mais sabe no que isso pode dar e no que já deu no passado... Também, como poderia se esquecer se as cicatrizes ainda estão presentes para o lembrar!
Voltando ao princípio, gostaria de te dizer que toda a vez que você tira o comando de mim e o assume, os resultados não são tão... bons. Contudo, não o culpo. Não poderia já que estou admitindo derrota. Ele também invadiu parte de mim! Eu não consigo parar de pensar nele, todos os momentos com ele foram arquivados na memória e agora a razão não tem força o suficiente contra este... ah!.... sentimento.