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quarta-feira, 27 de junho de 2012

Medo 2.0

      Eu deveria ter medo de tantas coisas que podem e tem uma alta possibilidade de acontecer para nós, mas me sinto tranquila e segura quando estou com você. Nunca nem pensei em desanimar porque a minha vontade de você é tão grande que não sobra espaço para isso.
      Mas não é porque eu não tenho medo do que os outros vão pensar ou encarar o que nós temos que signifique que eu não tenha medo. Sim, eu tenho medo. Tenho medo a cada mensagem recebida, a cada texto dedicado a mim, a cada abraço: e se for o último? E se, amanhã mesmo, eu acordar com os olhos inchados e pensar que as lágrimas nunca acabarão? E se eu te encontrar na rua e você estiver com outra? E se ela te chamar de meu? E se não for o último romance?
      Não quero pensar em outra pessoa me desejando e você não sentir ciúmes. Em ter uma novidade e não te contar. Em nunca sentir o seu gosto. Em não ter alguém para cuidar de mim quando adoecer. Em escolher o lugar para a lua de mel com outra pessoa. Em não ouvir Los Hermanos no seu carro, opa, peça desculpas a ele novamente. Em não pedir sua ajuda nas minhas pesquisas Em acordar na madrugada e não ter ninguém para acordar e pedir carinho porque perdi o sono. Em não ouvir você dizendo que está loucamente apaixonado e depois, nos intervalos dos beijos, os seus sussurros dizendo: meu amor, eu te amo, eu te amo, eu te amo. Mais beijos.
      Porém, quando deixo de estar sozinha, todos esses medos e aflições se vão. Quando eu ouço sua voz e leio o que você escreve, não consigo pensar em outra coisa senão: “vai dar certo”. Eu realmente acredito que tudo o que imaginamos se tornará realidade, porque acima de confiar em você, confio no nosso amor.

sábado, 23 de junho de 2012

Encontrei a paz, encontrei a segurança, encontrei a afeição. Encontrei a teimosia, encontrei a insegurança, encontrei o medo. Encontrei a força, encontrei a determinação, encontrei a coragem. Encontrei a ansiedade, encontrei a saudade, encontrei a tensão. Encontrei a música, encontrei a literatura. Encontrei a reciprocidade, encontrei o equilíbrio, encontrei a melação. Encontrei as noites sem dormir, encontrei a distração, encontrei o desligamento com o resto do mundo. Encontrei o escrever, encontrei o ler, encontrei a interpretação. Encontrei o namorar, encontrei o noivar e encontrei o casar sem nem ter encontrado o beijar. Encontrei a intensidade, encontrei a loucura, encontrei a intimidade. Encontrei a paixão, encontrei o amor: Encontrei você.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Ligação louca

E o que me consola nestas noites frias, é saber que outras virão e que o futuro nos espera. 
Mas eu não quero que isso faça com que só nos reste o amor. Não quero me livrar da paixão, quero todos os dias me apaixonar por você. Não quero que vire costume, quero sempre ser surpreendida. Não quero sempre saber de todos os seus sentimentos, para que você sempre se sinta na obrigação de me contar. Quero sempre me esconder, de pelo menos uma pessoa, para sempre podermos sentir aquele friozinho na barriga e rirmos quando estivermos a sós. Quero que você sempre seja a minha inspiração e que eu seja a sua. Quero sempre saber a sua versão do momento e ser a única a saber o que se passa na sua cabeça. Quero sempre te ler e saber que você também me lê. Quero te entregar a nossa história e não aquele textinho. E quero que sempre sejamos malucos, intensos e esquisitos... de preferência um pelo outro.

Feriado

Mesmo tendo respondido: “não sei” quando me perguntaram o que eu queria fazer no feriado, o que estava pensando foi: Quero acordar mais tarde, sem despertadores e gritos, e ficar enrolando na cama até a fome bater. Quero levantar e olhar para trás e não ver minha cachorra ainda dormindo e pensar que ela só faz isso para me provocar. Quero colocar meu óculos ao invés das lentes de contato. Quero juntar o almoço e café da manhã em uma refeição só. Não quero tirar o pijama e ficar assim até ir para a cama novamente. Quero poder ler “Dom Casmurro” sem pressa de acabar. Não quero pentear o cabelo, mesmo já fazendo isso, mas a diferença é a minha falta de vontade e não a preguiça. Quero ficar conversando com ele o dia inteiro. Quero poder editar minhas fotos que estavam esperando há um bom tempo para serem editadas. Quero perguntar para o meu pai minhas dúvidas sobre a Bíblia. Quero fazer tsurus de origami, mesmo sabendo que provavelmente não os pendurarei na minha janela como planejo desde o ano passado. Não quero ver as horas passando e me dizer que sempre estou atrasada e nem abrir a minha agenda e ver o quanto eu sempre deixo tudo para a última hora, mesmo que isso contribuirá para essa mesma frase no domingo. Quero me deitar novamente, não para dormir e sim para ficar pensando em nada e em tudo ao mesmo tempo. E quero principalmente não ver a correria das pessoas nas ruas, as buzinas dos carros e meu material escolar. Quero ficar no meu quarto o dia inteiro, só pensando em não fazer nada além de pensar, pensar nele. Quero que minha única preocupação seja não gastar muita na água no banho. E quero me sentir estranha por querer tudo isso. Quero chamar-me de anti-social e poder replicar: “é feriado!”. Quero fazer o que nunca posso fazer: nada.

terça-feira, 5 de junho de 2012

Conversamos sobre nossos textos
E escrevemos textos sobre nossas conversas:

Não queria que você fugisse,
não sem mim.
Mas fugir para onde?

Não sou tão inocente a ponto de criar essa ilusão
De criar um novo mundo
O nosso mundo
Não podemos ignorar que não vivemos a partir de nossas vontades
Estamos presos aqui,
por enquanto

Nesse mundo de humanas, os números não são barrados.
Infelizmente fazem diferença
Mas não tem, de forma alguma, mais importância do que as Letras
Do que nossa História

É como uma prisão
Onde vejo o sol quase todos os dias
Ele está comigo, mas não está comigo como eu queria
Mas um dia eu saio daqui
- o tempo poderia passar em um piscar de olhos!
E congelar
Para que construímos o nosso mundo dentro desse mundo

Mais uma carta pública para
Conversamos sobre nossos textos
E escrevemos textos sobre nossas conversas

domingo, 3 de junho de 2012

Cartas Públicas

Bem que eles poderiam sair e nos deixar a sós, ou pelo menos ficarem quietos para que eu possa te ouvir. Se pudesse, te ouviria o dia inteiro.
Sei que poderia muito bem me adequar aos seus costumes e também sei que você se adequaria aos meus. E juntos formaríamos os nossos costumes.
Mas mais do que tudo, poderíamos aproveitar as nossas semelhanças: deixar de lado os centros comerciais, ir ao teatro, visitar exposições e andar em algum parque onde possamos admirar as árvores. Se bem que, desde que eu esteja ao seu lado, qualquer lugar estaria bom. Poderíamos tanto conhecer os quatro cantos do mundo, quanto ficar planejando os quatro cantos da nossa casa.
Você poderia a encher com todas as músicas que desejar. Juntaríamos as nossas coleções de livros e criaríamos nossa própria biblioteca. E ela cresceria sempre que passássemos por um sebo.
 Concordaria em assistir qualquer filme desde que você me abraçasse enquanto ele passasse. Não só durante filmes e não só abraço.
Não tem jeito, já me apaixonei pelos personagens dessa história. História que é contada a cada texto publicado. Textos que seriam cartas se assim tivessem estrutura. Mas estrutura para que se temos conteúdo? Mesmo porque de nada seria útil identificar os destinatários se eles já sabem muito bem que são para eles. Além de que perderia a graça. A graça da ironia e do segredo.