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sexta-feira, 5 de junho de 2015

A minha vida inteira procurei demonstrações de amor, vindas de mim inclusive, e, de repente, cansei de todas que me apareceram! (e das que não apareceram também).
Não sou conservadora, nem liberal, nem socialista, nem comunista, nem crente, nem descrente. Por todas as correntes que corri, no fim, queria enforcar a todos que me rondavam com elas.
Quanto mais eu penso, mais me sinto beirando à loucura, mais eu sinto que não sou capaz de suportar nem as minhas dores, quem dirá as dores do mundo.
Achava meus braços curtos, hoje nem sei se eles sequer existem!
Mas continuo querendo pensar, saber. Quero que me expliquem gírias, piadas, o mal do mundo, o início do mundo, quero saber as suas angústias mais profundas, todas as suas experiências, todas, repito: todas! As mais fúteis, as mais boçais, aquelas cotidianas, que você não divide com ninguém.
Quero saber sem ter que opinar, sem ter que tirar conclusões. Cansei de tentar encontrar soluções para todas as pessoas do mundo que eu nunca vou conseguir conhecer, nem as mais próximas, pela minha não desejada e tão criticada timidez.
E foi num dia, totalmente desacreditada, totalmente desgastada, totalmente quebrada, com meus sonhos e todas as utopias juvenis lançadas ao espaço que eu senti que nenhuma demonstração de amor pode vir do ser humano, mas as demonstrações de amor podem vir pelo ser humano enquanto criação divina.
A natureza, o tempo real, a concretude das coisas e não as abstrações vindas da idade e ciências modernas.
Não, assim como já observou homem mais ridículo, segundo o pensamento limitado dos que se acham racionais:  a consciência da vida não é viver! A consciência da felicidade não é felicidade!
Quero tentar viver pura e simplesmente, sem tentar encontrar nenhuma caixa para caber, sem me limitar num universo tão gigantesco, obra de arte do poderoso, que só por ser Deus para continuar me amando, amando a todos nós: metidos a gênios, metidos a entendedores, metidos a sentimentais, metidos a amantes!

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