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sexta-feira, 8 de junho de 2012

Feriado

Mesmo tendo respondido: “não sei” quando me perguntaram o que eu queria fazer no feriado, o que estava pensando foi: Quero acordar mais tarde, sem despertadores e gritos, e ficar enrolando na cama até a fome bater. Quero levantar e olhar para trás e não ver minha cachorra ainda dormindo e pensar que ela só faz isso para me provocar. Quero colocar meu óculos ao invés das lentes de contato. Quero juntar o almoço e café da manhã em uma refeição só. Não quero tirar o pijama e ficar assim até ir para a cama novamente. Quero poder ler “Dom Casmurro” sem pressa de acabar. Não quero pentear o cabelo, mesmo já fazendo isso, mas a diferença é a minha falta de vontade e não a preguiça. Quero ficar conversando com ele o dia inteiro. Quero poder editar minhas fotos que estavam esperando há um bom tempo para serem editadas. Quero perguntar para o meu pai minhas dúvidas sobre a Bíblia. Quero fazer tsurus de origami, mesmo sabendo que provavelmente não os pendurarei na minha janela como planejo desde o ano passado. Não quero ver as horas passando e me dizer que sempre estou atrasada e nem abrir a minha agenda e ver o quanto eu sempre deixo tudo para a última hora, mesmo que isso contribuirá para essa mesma frase no domingo. Quero me deitar novamente, não para dormir e sim para ficar pensando em nada e em tudo ao mesmo tempo. E quero principalmente não ver a correria das pessoas nas ruas, as buzinas dos carros e meu material escolar. Quero ficar no meu quarto o dia inteiro, só pensando em não fazer nada além de pensar, pensar nele. Quero que minha única preocupação seja não gastar muita na água no banho. E quero me sentir estranha por querer tudo isso. Quero chamar-me de anti-social e poder replicar: “é feriado!”. Quero fazer o que nunca posso fazer: nada.

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