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domingo, 3 de junho de 2012

Cartas Públicas

Bem que eles poderiam sair e nos deixar a sós, ou pelo menos ficarem quietos para que eu possa te ouvir. Se pudesse, te ouviria o dia inteiro.
Sei que poderia muito bem me adequar aos seus costumes e também sei que você se adequaria aos meus. E juntos formaríamos os nossos costumes.
Mas mais do que tudo, poderíamos aproveitar as nossas semelhanças: deixar de lado os centros comerciais, ir ao teatro, visitar exposições e andar em algum parque onde possamos admirar as árvores. Se bem que, desde que eu esteja ao seu lado, qualquer lugar estaria bom. Poderíamos tanto conhecer os quatro cantos do mundo, quanto ficar planejando os quatro cantos da nossa casa.
Você poderia a encher com todas as músicas que desejar. Juntaríamos as nossas coleções de livros e criaríamos nossa própria biblioteca. E ela cresceria sempre que passássemos por um sebo.
 Concordaria em assistir qualquer filme desde que você me abraçasse enquanto ele passasse. Não só durante filmes e não só abraço.
Não tem jeito, já me apaixonei pelos personagens dessa história. História que é contada a cada texto publicado. Textos que seriam cartas se assim tivessem estrutura. Mas estrutura para que se temos conteúdo? Mesmo porque de nada seria útil identificar os destinatários se eles já sabem muito bem que são para eles. Além de que perderia a graça. A graça da ironia e do segredo.

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