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domingo, 8 de julho de 2012

Delírio

Sabe daquelas paixões bem pueris? Me sinto tão convencional, mas isso também que me absolve.E quem não teve um dia uma queda( do tipo 8.000 pés) por um professor que atire a primeira pedra.
Mas não guarde sua pedra tão cedo.
Eu não sabia se essa queda por meu professor de literatura era mero platonismo, mas também se algum dia foi, foi manuelismo, foi machadismo, foi claricianismo, foi barretismo essas coisas todas reunidas.Meros conceitos, que me faziam e ainda me fazem calar enquanto ouço-o, ouço,ouço... E nem percebo, e nem me movo.
Ele entra e eu não consigo olhá-lo, ela senta e meus olhos não conseguem se desviar dele, ele fala; eu: só ouço música. Música que poderia ouvir para sempre.
Algumas sutilezas foram só pra me impressionar , mas fez naturalmente muitos movimentos que pareceram ensaiados ,pareceram programados pra me impressionar ?E como impressionaram , eu delirava. Se delirava!
E continuo delirando com esses movimentos e com seu jeito de falar, com seu jeito de pensar. Mas agora é diferente: deliro com seu jeito de falar comigo por horas no telefone, de pensar em nosso futuro e com os movimentos que naturalmente fazemos com nossos lábios e línguas que parecem ensaiados, ensaiados por anos, por vidas, mas que sempre nos surpreendem. Nós deliramos. Se deliramos.
Uma coisa há de ser dita, e digo: amamos- nos como nenhum casal se amou antes, e se parecer egocentrismo, estão certos, porque não é possível acreditar que exista química como a nossa. Mas é parece redundante dizer.E se é , eu digo.
Não era platonismo e a paixão desenvolveu no amor mais maduro e incomum de todos. Não nos absolve, porém nos traz a culpa mais satisfatória e deliciosa do mundo. 

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